
Chimpanzé infectado (propositalmente) com Hepatite C, tem o sangue drenado para experimentação científica no Instituto de Pesquisas Biomédicas do Texas. Foto: NBC News.
“A única coisa que me interessa é quando vou conseguir macacos para poder r as minhas pesquisas. Eu não tenho amor nenhum por eles. Eu nunca tenho. Eu realmente não gosto de animais. Eu desprezo gatos. Eu odeio cães. Como alguém poderia gostar de macacos?” ¹ – Harry Harlow, psicólogo americano responsável pelos horrendos experimentos de privação materna.Mas, muito raramente, como quem desperta de um transe, alguns deles se dão conta do sofrimento patente, manifesto bem diante dos seus olhos. Foi o que aconteceu certa vez ao cirurgião e vivissector Christiaan Barnard, que ficou famoso ao realizar o primeiro transplante de coração (o paciente morreu em poucos dias). Acompanhe o triste relato (dele próprio), após submeter um chimpanzé a um de seus experimentos:
“Eu comprei 2 chimpanzés machos de uma fazenda de criação na Holanda. Eles viveram em jaulas separadas, uma perto da outra, por muitos meses, até que usei um deles como doador [de coração]. Quando nós o sacrificamos em sua jaula, em preparação para a cirurgia, ele gritava e chorava incessantemente. Não achamos o fato significante, mas isso deve ter causado grande trauma no seu companheiro, pois quando removemos o corpo para a sala de operação, o outro chimpanzé chorava copiosamente e ficou inconsolável por dias. Esse incidente me tocou profundamente. Eu jurei nunca mais fazer experimentos em criaturas tão sensíveis.” ² – Christiaan Barnard, cirurgião (1922 – 2001).

Christaan Barnard, em foto de 1968.